Uma cena comoveu bombeiros e ambientalistas em Barra do Garças, no final da tarde de quinta-feira (16), de uma pequena cutia com as patas queimadas e com sangramento correndo do fogo para se refugiar no perímetro urbano. O animalzinho saiu do mato em meio a imensas labaredas e cansada deitou perto dos bombeiros já no perímetro urbano.
O incêndio florestal aconteceu na encosta da Serra Azul perto do clube da AABB. A cutia já bastante ferida não tinha mais força para continuar a fuga e acompanhou os bombeiros no combate a queimada.
Vários filhotes de tiús e cutias foram encontrados mortos na área devastada. E dentro dessa cena de destruição ficou a imagem da cutia luta para não morrer queimada. Os bombeiros limparam os ferimentos do animalzinho com água do carro-pipa. A cutia estava com as patas queimadas e era possível ver os ossos e apresentava sangramento em função do fogo.
O animalzinho foi entregue ao ambientalista Francisco Garrincha, responsável pela Associação Amigos dos Animais. Garrincha se emocionou ao ver o animal ferido e atribuiu essa destruição ao homem. “Infelizmente a gente não percebe o mal que estamos causando ao meio ambiente e nós mesmos. As queimadas destroem a fauna e flora e matam os animalzinhos”, frisou.
Sem contar aqueles – que fugindo do fogo descem a serra – e acabam sendo mortos até mesmo por moradores. Fato que ocorreu em agosto deste ano no bairro BNH onde adolescentes mataram a pedrada uma jibóia e uma cutia.
“Somos nós que estamos destruindo a natureza e causando essa fuga dos animais para perímetro urbano. Temos que parar com as queimadas que destroem o planeta e é por isso que estamos enfrentando esse calor insuportável”, completou.
A cutia está sendo cuidada na sede da associação do Garrincha e recebeu o nome de Aparecida porque ela apareceu em meio ao fogo lutando para morrer.
O combate dos bombeiros, quinta-feira, evitou que o incêndio se alastrasse e destruísse o lado frontal da serra que dá acesso ao bairro Santo Antônio e Dermat.
Esse ano, os incêndios florestais destruíram 80% da área do parque estadual Serra Azul e provocou a morte de vários animais silvestres. Os prejuízos são incalculáveis para natureza.